domingo

Jesus se dirigia à multidão em parábolas, narração simbólica contendo verdades espirituais ilustradas por um fato real ou possível. Uma das parábolas mais conhecidas é a do filho pródigo. Nesta parábola o pai é um homem rico, dotado de grande coração, cheio de amor, generoso e franco para com seus filhos, e , sem dúvida, a imagem de Deus, tal como é revelada em Cristo. Os dois filhos representam a humanidade. Neles vemos dois tipos diferentes.A diferença não reside em que um seja piedoso e o outro ímpio, porque no fundo todos os homens são, por sua natureza, sem Deus, e não podemos dizer que uns são puros e outros impuros, porque todos são impuros.Não se pode comparar uns a plantas venenosas e outros a rosas perfumadas.Não, todos são pecadores. Mas temos aqui os dois grandes caracteres do pecado na humanidade. O filho mais velho tem um carácter tranquilo ; cumpre os deveres de uma vida de trabalho diário, em um caminhar honesto e virtuoso, segundo o homem. O mais jovem, ao contrário, parece ter um mau temperamento.Ele é passional, extremamente activo, gosta de variedade e se sente atraído pelo distante e exótico.O mais velho representa o pecado em seu aspecto refinado ; o mais jovem, o pecado em seu aspecto grosseiro. O pecado é o domínio da corrupção sobre o homem, mas se manifesta de maneira muito diferente conforme cada pessoa . O que chamamos virtude pode ser realmente orgulho, e o que o homem chama benignidade pode não ser mais que adulação ou covardia. A educação não pode mudar a natureza pecadora; a despeito do trabalho do amor do Mestre perfeito, Judas se transforma em um “filho da perdição.” É no filho mais jovem que o pecado se manifesta primeiro : “ O mais jovem deles disse a seu pai: Pai, dá-me a parte da herança que me cabe.” Seria mister, querido leitor, que cada um de nós achasse, em certa medida, a imagem desse filho pródigo em nossa própria experiência; de outra maneira, ignoraríamos o sentido excelso desta parábola.
Participando das riquezas da casa paterna, onde nada lhe falta, o filho sente a ordem que reina ali como um jugo demasiadamente pesado, e deseja uma complete independência; ele acha melhor dirigir sua vida pela sua própria vontade desenfreada que pela de seu pai, e a posse do dinheiro que lhe pertence na qualidade de filho lhe parece o caminho da liberdade. Ele estava descontente; o mundo está cheio de pessoas descontentes que murmuram contra Deus.Todos os que não têm paz no coração atribuem sua falta a Deus. Ele não compreende o amor de seu pai. Considerava tudo na casa paterna como sendo pobre e vazio para o seu coração. Infeliz aquele que pensa que estar livre para gozar de todas as suas cobiças e de todas as suas paixões significa a verdadeira liberdade. Ele verá que aquele que comete pecado é escravo do pecado. A única e verdadeira liberdade é aquela que consiste em viver segundo os pensamentos de Deus, que nos criou para a Sua glória ; somente nesta liberdade acharemos a verdadeira felicidade. Mas o homem tem desejado desembaraçar-se da autoridade de Deus. “Todos temos andado errantes como ovelhas, temos nos voltado cada um ao seu próprio caminho.” “ E lhes repartiu os bens.” Um nuvem de dor, sem dúvida, escureceu o rosto compassivo do pai; o mal que existia no coração de seu filho se manifesta diante dele em toda a sua torpeza; seu coração preferia o país distante aos cuidados do amor paternal, mas o amor não permite nenhuma violência; e o pai atende à petição de seu filho.
O irmão, por sua vez, representa todos aqueles que não sabem perdoar, e que pensam que todo o pecador deve pagar por seus pecados que vivem para julgar os pecados de todos os que o rodeiam.
Assim sendo, esta parábola ensina que a natureza humana é pecadora. E que tanto peca o que se dedica aos prazeres mundanos, como aquele que critica e não quer perdoar os pecados dos outros

Parábola do Filho Pródigo

«Um homem tinha dois filhos.
O mais jovem disse ao pai: ‘Pai, dá-me a parte da herança que me cabe’. E o pai dividiu os bens entre eles. Poucos dias depois, ajuntando todos os seus haveres, o filho mais jovem partiu para uma região longínqua e ali dissipou sua herança numa vida devassa. E gastou tudo. Sobreveio àquela região uma grande fome e ele começou a passar privações.
Foi, então, empregar-se com um dos homens daquela região, que o mandou para seus campos cuidar dos porcos. Ele queria matar a fome com as bolotas que os porcos comiam, mas ninguém lhas dava.

E caindo em si, disse: ‘Quantos empregados de meu pai têm pão com fartura, e eu aqui, morrendo de fome! Vou-me embora, procurar o meu pai e dizer-lhe: Pai, pequei contra o Céu e contra ti; já não sou digno de ser chamado teu filho. Trata-me como um dos teus empregados’.

Partiu, então, e foi ao encontro de seu pai. Ele estava ainda ao longe, quando seu pai viu-o, encheu-se de compaixão, correu e lançou-se-lhe ao pescoço, cobrindo-o de beijos. O filho, então, disse-lhe: ‘Pai, pequei contra o Céu e contra ti; já não sou digno de ser chamado teu filho’.
Mas o pai disse aos seus servos: ‘Ide depressa, trazei a melhor túnica e revesti-o com ela, ponde-lhe um anel no dedo e sandálias nos pés. Trazei o novilho cevado e matai-o; comamos e festejemos, pois este meu filho estava morto e tornou a viver; estava perdido e foi reencontrado!’ E começaram a festejar.

Seu filho mais velho estava no campo. Quando voltava, já perto de casa ouviu músicas e danças. Chamando um servo, perguntou-lhe o que estava acontecendo. Este lhe disse: ‘É teu irmão que voltou e teu pai matou o novilho cevado, porque o recuperou com saúde’. Então ele ficou com muita raiva e não queria entrar. Seu pai saiu para suplicar-lhe.
Ele, porém, respondeu a seu pai: ‘Há tantos anos que te sirvo, e jamais transgredi um só dos teus mandamentos, e nunca me deste um cabrito para festejar com meus amigos. Contudo, veio esse teu filho que devorou teus bens com prostitutas, e para ele matas o novilho cevado!’
Mas o pai lhe disse: ‘Filho, tu estás sempre comigo, e tudo o que é meu é teu. Mas era preciso que festejássemos e nos alegrássemos, pois esse teu irmão estava morto e tornou a viver; ele estava perdido e foi reencontrado!’»

Pensamentos

Todos nó tivemos momentos de duvida, momentos em que nos afastámos e momentos em que simplesmente não quisemos saber e ignoramos tudo. Esses momentos foram por simples desleixo, por puro desinteresse, porque nos sentíamos em baixo, por estarmos zangados ou talvez porque procuramos resposta em sítios diferente. Quem sabe realmente o porquê?
Depois de reflectir e olhar para trás, vemos em nós a historia do filho pródigo, que abandona a casa de seu pai com a sua parte da herança para ir viver para fora do amor de seu pai, pois ele considerava tudo na casa paterna como sendo pobre e vazio para o seu coração. Mas vendo que tinha cometido vários erros e pecado, este, cheio de arrependimento volta para casa do seu pai, onde é recebido com alegria e compaixão.

Assim somos nós, quando muitas vezes nos sentimos perdidos em vez de nos reforçarmos na fé e em nos ensinamentos de Deus limitamo-nos a fugir e procurar respostas em coisas mundanas.
Não é fácil seguir tudo isto, mas devemos sempre tentar. Devemos ter esperança e fé na oração, devemos reflectir e meditar. E esperar sempre um novo dia com alegria em fé.

quarta-feira

Evangelho segundo S. Mateus 9,9-13.

Partindo dali, Jesus viu um homem chamado Mateus, sentado no posto de cobrança, e disse-lhe: «Segue-me!» E ele levantou se e seguiu-o. Encontrando-se Jesus à mesa em sua casa, numerosos cobradores de impostos e outros pecadores vieram e sentaram-se com Ele e seus discípulos. Os fariseus, vendo isto, diziam aos discípulos: «Porque é que o vosso Mestre come com os cobradores de impostos e os pecadores?» Jesus ouviu-os e respondeu-lhes: «Não são os que têm saúde que precisam de médico, mas sim os doentes. Ide aprender o que significa: Prefiro a misericórdia ao sacrifício. Porque Eu não vim chamar os justos, mas os pecadores.»

segunda-feira

Barnabé e Saulo em missão / Evangelização de Chipre

Havia na igreja, estabelecida em Antioquia, profetas e professores: Barnabé, Simeão, chamado 'Niger', Lúcio de Cirene, Manaen, companheiro de infância do tetrarca Herodes, e Saulo.
Estando eles a celebrar o culto em honrra do Senhor e a jejuar, disse-lhes o Espírito Santo: "Separai Barnabé e Saulo para o trabalho a que Eu os chamei."
Então, ddepois de terem jejuado e orado, impuseram-lhes as mãos e deixaram-nos partir.


Enviados, pois, pelo Espírito Santo, Barnabé e Saulo desceram a Selêucia e ali meteram-se num barco, rumo à ilha de Chipre. Chegados que foram a Salamina, começaram a anunciar a palavra de Deus nas sinagogas dos judeus. Tinham também João como auxiliar. Percorreram toda a ilha até Pafos e encontraram lá um mago, falso profeta, judeu, chamado Barjesus, que estava ao serviço do procônsul Sergio Paulo, homem ponderado. Este mandou chamar Barnabé e Saulo, desejoso de ouvir a palavra de Deus. Mas o mago Elimas - assim se traduz o seu nome - opôs-se-lhe, procurando desviar da fé o procônsul. Então Saulo - também chamado Paulo - cheio do Espírito Santo, fitou nele os olhos e disse-lhe: "Ó criatura, cheia de todas as astúcias e de toda a iniquidade, filho do Maligno, inimigo de toda a justiça, quando é que cessarás de perverter os rectos caminhos do Senhor? Mas agora a mão do Senhor está sobre ti: vais ficar cego e, durante algum tempo, não hás-de ver o sol." No mesmo instante, caíram sobre ele o nevoeiro e as trevas e, voltando-se para todos os lados, procurava alguém que o guiasse pela mão. Vendo, então o que se tinha passado, o procônsul abraçou a fé, vivamente impressionado com a doutrina do Senhor.


Barnabé e Saulo partem assim na sua primeira viagem missionária em terras pagãs enviados pelo Espírito Santo, é Deus que age com eles. É quando eles estão preparados e centrados na sua fé que Deus faz descer sobre eles o Espírito Santo (imposição das mãos) e confia-lhes esta missão.

Evangelho Lucas 7,1-10

Naquele tempo, 1quando acabou de falar ao povo que o escutava, Jesus entrou em Cafarnaum. 2Havia lá um oficial romano que tinha um empregado a quem estimava muito, e que estava doente, à beira da morte. 3O oficial ouviu falar de Jesus e enviou alguns anciãos dos judeus, para pedirem que Jesus viesse salvar seu empregado. 4Chegando onde Jesus estava, pediram-lhe com insistência: “O oficial merece que lhe faças este favor, 5porque ele estima o nosso povo. Ele até nos construiu uma sinagoga”.
6Então Jesus pôs-se a caminho com eles. Porém, quando já estava perto da casa, o oficial mandou alguns amigos dizerem a Jesus: “Senhor, não te incomodes, pois não sou digno de que entres em minha casa. 7Nem mesmo me achei digno de ir pessoalmente a teu encontro. Mas ordena com a tua palavra, e o meu empregado ficará curado. 8Eu também estou debaixo de autoridade, mas tenho soldados que obedecem às minhas ordens. Se ordeno a um: ‘Vai!’, ele vai; e a outro: ‘Vem!’, ele vem; e ao meu empregado ‘Faze isto!’, e ele o faz’”.
9Ouvindo isso, Jesus ficou admirado. Virou-se para a multidão que o seguia, e disse: “Eu vos declaro que nem mesmo em Israel encontrei tamanha fé”. 10Os mensageiros voltaram para a casa do oficial e encontraram o empregado em perfeita saúde.

quarta-feira

Evangelho: Evangelho segundo S. Lucas 6,20-26.

Naquele tempo, Jesus erguendo os olhos para os discípulos, pôs-se a dizer: «Felizes vós, os pobres, porque vosso é o Reino de Deus.
Felizes vós, os que agora tendes fome, porque sereis saciados. Felizes vós, os que agora chorais, porque haveis de rir.
Felizes sereis, quando os homens vos odiarem, quando vos expulsarem, vos insultarem e rejeitarem o vosso nome como infame, por causa do Filho do Homem.
Alegrai-vos e exultai nesse dia, pois a vossa recompensa será grande no Céu. Era precisamente assim que os pais deles tratavam os profetas».
«Mas ai de vós, os ricos, porque recebestes a vossa consolação!
Ai de vós, os que estais agora fartos, porque haveis de ter fome! Ai de vós, os que agora rides, porque gemereis e chorareis!
Ai de vós, quando todos disserem bem de vós! Era precisamente assim que os pais deles tratavam os falsos profetas».