terça-feira

A efusão do Espírito Santo

Os efeitos da efusão do Espírito
São numerosos e multiformes: o redescobrimento do louvor, da escuta da Palavra, do exercício dos carismas, da evangelização. A primeira consequência da efusão do Espírito é um crescimento da vida de oração. Graças a um melhor exercício das virtudes teologais da fé, da esperança e da caridade, descobre-se ou volta-se a descobrir a presença de Deus e o Seu amor. Este facto provoca o estabelecimento ou o renovamento da vida de oração pessoal, permitindo assim uma maior percepção e compreensão do mistério trinitário: o Espírito Santo, o Espírito do Pai e do Filho, faz-nos amar e conhecer melhor Um e Outro.

Amor fraterno
Ao permitir-nos descobrir esse amor que é a própria vida da Trindade, o Espírito Santo ensina-nos a viver um verdadeiro amor fraterno que é, ao mesmo tempo, o testemunho e a prova do autêntico amor de Deus. O exercício deste amor fraterno dentro da comunidade eclesial ensina-nos a amar como Jesus nos ama e dá-nos a alegria de sermos irmãs e irmãos n’Ele, para formarmos o Seu corpo que é a Igreja. Este amor fraterno, dom de Deus, abre-nos a todos, sem distinção de raças, de classes ou idades, e leva-nos ao serviço uns dos outros: “Dou-vos um mandamento novo: que vos ameis uns aos outros”.
Deste modo, os grupos de oração convertem-se em verdadeiras comunidades de oração, de fé, de esperança e de amor. As pessoas, os casais, as famílias voltam a encontrar a força de se perdoarem uns aos outros como Jesus nos perdoou, de se reconciliarem uns com os outros como Jesus nos reconciliou com Deus, e de deixarem que a graça cure, pouco a pouco, as feridas do passado. Por vezes, alguns grupos de oração decidem-se por um compromisso ainda mais radical ao serviço de Deus e dos homens e, assim, experimentam uma nova forma de vida comunitária dentro da Igreja. Deste modo, também as paróquias se renovam.

Descobrir de novo a Igreja
O Espírito Santo não é um Espírito de divisão mas, pelo contrário, de comunhão; suscita em nós um novo descobrimento da Igreja como mistério de comunhão com Deus e também como instituição hierarquicamente organizada. E ao descobrirmos que a Igreja é simultaneamente carismática e institucional, já não a julgamos exteriormente visto comprovar-se que ela é, antes de tudo, o Corpo de Cristo, sacramento da Sua presença no mundo, e que a hierarquia é um serviço para o crescimento dessa presença no amor. Na verdade, o Espírito Santo dá-nos um amor acrescido pela Igreja, uma maior atenção e docilidade pelo seu magistério, uma participação mais assídua na liturgia e nos sacramentos e uma devoção mais autêntica a Maria.

Libertação e cura
Ao receber a efusão do Espírito, pode fazer-se a experiência de uma libertação. Com efeito, uma consciência mais viva da presença de Deus e a entrega total do nosso ser à acção transformadora do Espírito produzem em nós a libertação de certas formas de escravidão interior: vícios, violência, alcoolismo, droga, sexualidade desordenada, superstição, egoísmo, ciúmes...E produzem também o desaparecimento progressivo de alguns bloqueios psicológicos: ansiedades, angústias, escrúpulos, inibições, complexos, feridas... Acontecem, assim, verdadeiras curas interiores e até físicas.
A paz e a alegria invadem progressivamente todo o nosso ser. Comprova-se algo importante: que a efusão do Espírito não é uma emoção sentimental ou uma evasão das realidades da vida. A efusão ajuda-nos a mudar a nossa vida, abandonando pouco a pouco atitudes e costumes que não estão de acordo com o plano que Deus tem para cada um de nós. Estes sinais acompanham e confirmam o anúncio da Boa Nova.

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